História
A colonização do sul de Minas começa no século XVII, quando a região ainda pertencia à Capitania de São Paulo.
Os bandeirantes vindos de São Paulo através do Vale do Paraíba cruzaram a Serra da Mantiqueira na região da garganta do Embaú, atual Passa Quatro. Dentre os bandeirantes paulistas, o que mais se destacou foi o primeiro e principal deles, Fernão Dias Pais Leme, que desbravou a região e seguiu ao norte rumo ao sertão em busca da lenda indígena de Sabarabuçu. Os bandeirantes que estavam em busca de pedras preciosas e regiões auríferas passaram pela região das margens do Rio Verde e do Rio Grande, fazendo um de seus primeiros pontos de apoio as proximidades da atual cidade de Baependi.
Passavam também frequentemente pela região muitos comerciantes paulistas (os tropeiros) que comercializavam produtos originários de São Paulo e de Portugal. Esses comerciantes viajavam em tropas e dormiam em cabanas, erguidas de seis em seis léguas. O atual bairro da Vargem era um desses pontos de descanso.
Os primeiros documentos de que se tem notícia sobre a história de Varginha datam de 1780.
Os tropeiros, que estavam passando regularmente por Varginha, fizeram, em 1785, uma pequena capela, próxima de onde está atualmente a Matriz do Divino Espírito Santo. Em 1806, foi construída a capela do Divino Espírito Santo das Catanduvas e, no mesmo ano, foi doado o terreno exigido para o patrimônio distrital. Então se deu ao povoado o nome de Catanduvas ou Catandubas; palavra originária do tupi, que significa “mato rasteiro e fechado, áspero e espinhento, de pequeno porte”. Em virtude do padroeiro da capela, passou a chamar-se Espírito Santo das Catanduvas.
Com a expansão da cultura cafeeira por volta de 1870 nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a região do sul de Minas também deu início em suas fazendas ao cultivo da planta do Café, o que era altamente lucrativo, enriquecendo muitos dos produtores da região.
Visando suprir a necessidade de uma mão de obra alternativa à escravidão, já que não havia mais escravos devido à abolição da escravatura, o governo brasileiro fez um acordo com a Itália, no qual muitos italianos vieram para o Brasil com as despesas pagas pelo governo brasileiro; em troca, os italianos deveriam trabalhar durante determinado tempo na produção de café, recebendo uma determinada porcentagem da produção.
Varginha foi um dos municípios que mais receberam imigração italiana no Brasil neste período. Com enorme empenho e força de trabalho muitos italianos foram comprando suas próprias terras e também começaram seus próprios negócios, o que gerou grande desenvolvimento econômico para Varginha e para o sul de Minas no final do século XIX e início do século XX.
Os italianos difundiram o comércio e fundaram em parceria com varginheses da época o moinho de trigo, atual Moinho Sul Mineiro. Também é atribuída à colônia italiana a construção do Theatro Capitólio, que segue o estilo tolentino e cuja decoração foi atribuída ao italiano Alexandre Vallati.
A pequena cidade de Varginha, no início do século XX, já contava com muitos estabelecimentos de beneficiamento de café. O produto sempre foi um importante fator de desenvolvimento para a região, principalmente em decorrência da forte influência paulista na região.
Outro fluxo considerável foi o de imigrantes sírio-líbaneses, que ocorreu nas primeiras décadas do século XX, imigrantes estes que viviam em sua maior parte do comércio de produtos da capital paulista.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Varginha enviou reforços para compor as tropas brasileiras que lutaram na Itália. Uma ação inusitada do governo brasileiro, uma vez que muitos dos soldados denominados “pracinhas”, que partiram de Varginha e de outras regiões do Brasil, possuíam parentes diretos como tios e avós no país ao qual foram enviados para combater.
Varginha também recebeu na década de setenta diversas famílias japonesas, as quais imigraram em decorrência da aquisição pelos japoneses de uma da empresa alemã na época, a CBC, que possuía uma unidade fábril na cidade.
Nos dias atuais, em decorrência da transferência de empresas taiwanesas para região, a cidade hospeda imigrantes de Taiwan, que investem, geram empregos e trabalham em Varginha.
Economia
O município, assim como a microrregião, é uma área tipicamente produtora de café, o que gerou e continua gerando boa parte da receita da Região.
Varginha é um centro de industrialização e comercialização da produção de Café da região, sendo ao lado de outras cidades do Sul de minas, produtora de cafés de excelente qualidade, Cafés considerados como Gourmet por diversos mercados no Brasil e no exterior.
A Fazenda Experimental de Café de Varginha é uma das mais importantes mantidas pelo Ministério da Agricultura. A área é de 60 hectares com 70 mil pés de café, conta atualmente com cerca de 50 projetos de pesquisa em andamento. “
O setor terciário ocupa 53,2% do total da população economicamente ativa, o setor secundário ocupa 34,3% e o setor primário 12,5%.
O município possui o maior PIB da Região do Sul de Minas e um dos maiores do estado.
O Sul de Minas é uma das regiões mais prósperas do Brasil, possui IDH elevado e baixo índice de desigualdade social.
Encontram-se instaladas na cidade empresas de grande porte do setor automobilístico, equipamentos eletrônicos, injeção de plásticos além de ter filiais de grandes empresas no comercio de café mundial.
A cidade conta com diversos órgãos do governo federal e estadual. Em 2010, Varginha tornou-se sede do centro Administrativo da Região do Sul de Minas, com o intuito de agilizar os procedimentos que dependem do governo estadual. Diversos assuntos que antes deveriam ser resolvidos apenas na capital do estado, agora pode também ser resolvidos em Varginha, o que atrai mais investimentos e desenvolvimento para a região do Sul de Minas.
Varginha ganhou em 2012 três novos condomínios industriais, o CIT – Condôminio Industrial Tecnológico, junto ao aeroporto da cidade, o Condomínio Ouro Verde e também um condomínio industrial próximo a Fazenda Experimental do Pro-Café.
Lazer e turismo
O Município possui ao longo do braço sul do Lago de Furnas, marinas para barcos, jet skis, casas flutuantes e também locais para pescaria.
Varginha é uma cidade essencialmente comercial, mas existem também opções para lazer e turismo, por exemplo:
Nave Espacial; (que se trata de uma caixa d’água em formato de nave, com cerca de 5 metros de diâmetro)
Estação ferroviária; (onde todas as quintas-feiras acontece o projeto Quinta da Boa Música, evento de bandas locais)
Parque Zoobotânico;
Parque Novo Horizonte;
Represa de Furnas; (Marinas para esportes náuticos, pesca, lazer e gastronomia)
Museu municipal;
Parque Centenário;
Casarões coloniais, dentre eles o que abriga hoje a Câmara Municipal;
Ilha Grande do Rio Verde, onde se localiza o Clube Campestre de Varginha.