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Lavras

Jussara Menicucci de Oliveira
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História
Início do povoamento
Francisco Bueno da Fonseca (c. 1670-1752), líder de uma revolta contra um desembargador português em São Paulo em 1712, veio, junto de seus filhos e outros sertanistas, a se estabelecer na região dos rio Capivari e rio Grande abaixo pelos anos de 1720 ou 1721. Estes primeiros habitantes eram paulistas da vila de Santana do Parnaíba, e poucos anos depois de sua chegada, fundariam o arraial dos Campos de Sant’Ana das Lavras do Funil, em 1729. Nesta região, a família de Bueno da Fonseca estava empenhada na busca do ouro e também na abertura de novos caminhos até às Minas dos Goiases. Em 1737 os exploradores receberiam do governador Martinho de Mendonça uma carta de sesmaria confirmando a ocupação da terra, que se despontava na agricultura e pecuária.

Em 18 de junho de 1759, Bartolomeu Bueno do Prado, neto do famoso Anhanguera e genro de Francisco Bueno da Fonseca, partiu do povoado à frente de sua tropa de quatrocentos homens, convocados de toda a capitania, para desbaratar a confederação quilombola do Campo Grande. A influência dos capitães-mores da família Bueno da Fonseca contribuiu para o rápido desenvolvimento do povoado: em 1760 este já possuía mil habitantes, o dobro de Carrancas, o que determinou a transferência da sede paroquial para a localidade mais populosa. Em 1813 o arraial fora elevado à categoria de freguesia, quando do desmembramento de Carrancas. Possuía então 6 capelas curadas e 10.612 almas.

Século XIX
Já na época do Império, a freguesia obteve sua emancipação política e administrativa passando à condição de vila, em 1831, e cidade, em 1868, quando houve alteração na toponímica municipal de “Lavras do Funil” para “Lavras”. Em relatório apresentado à Câmara informou o fiscal Manuel Custódio Neto que em 1832, ao instalar-se a vila, esta era constituída de 245 prédios e não havia calçamento em nenhuma de suas ruas. De edifícios públicos apenas existiam nesse tempo a igreja matriz, a capela do Rosário e a das Mercês. Possuía Lavras três escolas particulares de primeiras letras, com um total de 62 alunos. Segundo o recenseamento de 1834, o município de Lavras possuía 11.322 habitantes.

Um dos acontecimentos mais marcantes deste período foi a participação de Lavras na Revolução Liberal de 1842. Por pouco mais de um mês, entre 14 de junho e 22 de julho daquele ano, liberais e conservadores mantiveram seus respectivos quartéis no largo da Matriz de Sant’Ana, atual Praça Dr. Augusto Silva. Os liberais derrotados se refugiaram ou foram presos, sendo posteriormente anistiados pelo governo imperial.

Época de Ouro
O final do Século XIX e início do Século XX foi um momento de rápido desenvolvimento em Lavras, a começar pelas novas ligações fluviais e ferroviárias criadas. Em 18 de dezembro de 1880 foi inaugurada a navegação fluvial de 208 km entre os portos de Ribeirão Vermelho (município de Lavras) e de Capetinga (município de Piumhi), feita pelo barco a vapor “Dr. Jorge”. Em 14 de abril de 1888 a Estrada de Ferro Oeste de Minas era inaugurada a primeira estação em Ribeirão Vermelho, e em 1.º de abril de 1895 inaugurava-se a estação na cidade de Lavras. Mais tarde, em 1911, seria criado uma linha de bondes, sendo Lavras uma das poucas cidades do interior do Brasil a possuir esse sistema de transporte.

Após a Proclamação da República, Lavras se consolidou como um dos principais polos regionais de Minas Gerais, sendo o berço de Francisco Sales, importante político da República Velha. Nesta época, vários educandários foram criados, como o Instituto Evangélico (fundado em 1892 por Samuel Rhea Gammon), o Colégio Nossa Senhora de Lourdes (fundado em 1900 por freiras da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade), o Grupo Escolar de Lavras (fundado em 1907 pelo professor Firmino Costa) e a Escola Agrícola de Lavras (fundada em 1908). Foi por causa da qualidade de sua educação que Lavras tornou-se conhecida como “terra dos ipês e das escolas”, lema criado pelo jornalista Jorge Duarte.

Mudanças sociais e políticas
A demografia local também foi modificada com a chegada de muitos imigrantes, que representavam 1,9% da população de acordo com o Censo Demográfico de 1920: havia no município um total de 806 estrangeiros, dos quais 380 eram italianos, 189 portugueses, 166 libaneses, 28 espanhóis, 20 americanos, 12 austríacos, 5 franceses, 2 russos, 1 uruguaio e 3 de nacionalidade indeterminada.

A década de 1920 representou uma desaceleração no progresso municipal, parte causada pela intensa disputa política promovida por duas correntes distintas: o Partido Republicano Mineiro, sob a nova direção do médico italiano Paulo Menicucci, era favorável à candidatura de Artur Bernardes à Presidência da República e Raul Soares à Presidência de Minas Gerais; e os dissidentes, liderados pelo coronel Pedro Sales, apoiavam as candidaturas de oposição respectivas de Nilo Peçanha e Francisco Sales. Essa disputa ficou conhecida como entre “Rolinhas e Gaviões”: Rolinhas em razão dos tiques psicastênicos afeminados atribuídos a Bernardes, e Gaviões por associar-se à esperteza, ao espírito sagaz, e naturalmente, por ser um dos predadores daquela pequena pomba. Tal embate local perdurou até a década seguinte, quando foi eclipsado pelo novo ordenamento político nacional – o Estado Novo.

Foi em meados do Século XX que o município de Lavras constituiu seus atuais limites geográficos. Em sua divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município era formado por 8 distritos: Lavras, Carrancas, Ijaci (ex-Conceição do Rio Grande), Ingaí, Itumirim (ex-Rosário), Itutinga (ex-Santo Antônio da Ponte Nova), Luminárias (ex-Nossa Senhora do Carmo das Luminárias) e Ribeirão Vermelho. O município passou por separações político-administrativos em 1938, 1943, 1948 e 1962, quando seus antigos distritos se tornaram municípios vizinhos recém-criados, sendo atualmente composto por distrito único, a aglomeração urbana da sede.

Progresso e estagnação
No período populista durante a Quarta República, o desenvolvimento de Lavras era sinalizado pelas novas ligações com os grandes centros: o primeiro caso foi a inauguração da linha de transportes aéreos, existente entre 1947 e 1960; o segundo foi a abertura ao tráfego rodoviário da variante Lavras-Fernão Dias, em 1962. Outro aspecto de progresso foi a inauguração da Usina Hidrelétrica de Itutinga, em 1955, cujo aumento da produção de energia elétrica estimulou o crescimento industrial na cidade, através da ampliação das fábricas já existentes e instalação de novos empreendimentos.

Lavras, nos anos 1950, passava por um de seus momentos de maior riqueza cultural, artística e esportiva, graças a associações cívicas como a Sociedade dos Amigos de Lavras (SAL) e a Sociedade Lavrense de Cultura Artística (SOLCA). A crônica da época registra diversas iniciativas como bailes, concursos, exposições, eventos educacionais, espetáculos teatrais, recitais de música e poesia, amistosos e torneios futebolísticos, além da formação de uma biblioteca pública e um museu municipal.

No início dos anos 1960, enquanto o país vivia um período de graves crises institucionais, Lavras sofria uma série de atentados feitos por um piromaníaco, na qual vários casarões históricos foram consumidos pelas chamas. Neste contexto, em 1962 o poder público local decidiu pela demolição do Teatro Municipal, selando o fim das entidades cívicas e a decadência cultural da cidade. Este declínio foi agravado em 1963 pelo desaparecimento do jornal A Gazeta – o único semanário impresso da época – e o quase fechamento da Escola Superior Agrícola de Lavras, que foi federalizada. Outros sinais da degradação social visível naquela década foram o desmoronamento de parte da igreja do Rosário em 1965, custosamente reerguida somente em 1970, e o término da linha de bondes elétricos, em 1967.

As décadas de 1960 e 1970 representaram profundas mudanças na composição social lavrense. Por um lado, observou-se o crescimento da zona urbana devido ao êxodo rural; por outro, notou-se que o crescimento demográfico do município esteve abaixo da média brasileira, causado pelo fenômeno das migrações internas: estando Lavras economicamente estagnada, muitos de seus filhos se mudaram para outros centros em busca de melhores oportunidades. Outro sinal do enfraquecimento do município foi a falta de representatividade política, que seria quebrado quatorze anos depois com a eleição de Maurício Pádua Souza à Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 1983.

Fim do Século XX e novo milênio
Nas décadas de 1980 e 1990, o município impulsionou sua economia com a criação de um distrito industrial, instalando fábricas como a Cofap, inaugurada em fevereiro de 1988. Outro acontecimento relevante foi a transformação da ESAL na Universidade Federal de Lavras, em dezembro de 1994, cuja ampliação trouxe milhares de estudantes oriundos de outras regiões do Brasil. Na virada do novo milênio, a construção da Usina Hidrelétrica do Funil, concluída em 2002, modificou a paisagem rural de Lavras através do lago formado pela barragem.

Economia
O setor agropecuário do município se destaca especialmente pela produção de café e leite, apesar da presença de outras culturas agrícolas (e.g., soja, milho e feijão) e da criação de gado de corte.

A indústria se encontra em franco desenvolvimento, em partes, graças às condições favoráveis de que a cidade dispõe. Dentre elas se destaca a proximidade com São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro além da mão de obra qualificada que o município dispõe. Os setores metalúrgico, alimentício, agroindustrial e têxtil são os principais ramos industriais de Lavras.

Estão instaladas no município grandes industrias como a Magneti Marelli/Cofap, Ciclope Automotive, Mercomolas, Jeito Caseiro Alimentos, Verde Campo que está sendo adquirido pela Coca Cola e diversas outras pequenas industrias implantadas no distrito industrial. O município também conta com grandes transportadoras de renome nacional como o Expresso Nepomuceno Transportes e Logística que mantém na cidade sua matriz e um grande complexo logístico, Bileca Transportes e Logistica, HI transportes e Rodolatina.

Está sendo construído e já em fase de acabamento o Parque Cientifico e Tecnológico de Lavras que conta com um investimento de 40 milhões de reais que irão acolher empresas de base tecnológica e cientifica. O parque conta com dois grandes prédios e um espaço para implantação das empresas. O empreendimento tem por objetivo concentrar empresas e centros de pesquisa para que gerem benefícios em comum e proporcionem ganhos a comunidade.

A cidade, como pólo regional, possui um comércio bastante ativo e diversificado, com inúmeros estabelecimentos cadastrados pela Associação Comercial e Industrial, um shopping center, com uma área de 70.000m², 2 salas de cinema, praça de alimentação, anfiteatro, diversas lojas e hipermercado da rede Rex integrado. A cidade hoje conta com supermercados e hipermercados de 5 grandes redes (Rex, GF, Bretas, ABC e Mart Minas), restaurantes tradicionais e renomados típicos de Minas Gerais e também especialistas na venda de sanduíches como o Subway e Bobs, grandes redes de varejo como Lojas Cem, Magazine Luiza, Casas Bahia, Ponto Frio, Pernambucanas, Lojas Americanas, Edmil, dentre outras lojas locais e uma grande variedade de agências bancarias, são elas: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (2 agências), Bradesco, Santander (2 agências), Itaú (2 agências), Mercantil do Brasil e Sicoob. Além disso, conta com muitas galerias espalhadas pelo centro da cidade.

Cultura
Entre os principais museus de Lavras destacam-se o Museu Bi Moreira, onde se encontram vários objetos como móveis, fotos, documentos e utensílios em geral relacionados com a história da cidade, e o Museu Sacro de Lavras, com várias obras sacras do século XVIII, localizado no interior da Igreja do Rosário.

No campo musical, a cidade possui quatro corais e uma orquestra, além de uma infinidade de bandas de rock e pagode, entre outros gêneros.Conta com duas bandas de música: a do 8° Batalhão de Polícia Militar e a Euterpe Operária, fundada em 1910. A cidade conta ainda com dois grandes grupos de teatro e com o Teatro Municipal, antiga ferroviária que se tornou o Patrimônio de Apresentação das Artes Cênicas da cidade. A Casa da Cultura, instalada desde 1984 em prédio de meados do Século XIX, tem por finalidade abrigar diversas atividades artístico-culturais do povo lavrense.

Lavras sofre grande influência italiana, sendo mais de 200 famílias descendentes. Anualmente comemora-se uma festa da cultura ítalo-brasileira, com presenças diplomáticas e políticas, nacionais e internacionais. Esse evento proporciona uma interação cultural entre os dois países, recebendo cantores, grupos de danças e muitas outras atrações. Os sobrenomes italianos mais populares na cidade de Lavras são: Pádua, Bertolucci, Mattioli, Zuccari, Cicarelli, Russi, Grandi, Fidelis, Moretti, Menicucci, Olímpio, Zákia entre muitos outros. A maior parte desses sobrenomes sofreram modificações da forma original escrita, devido aos registros de imigração que eram escritos de forma aportuguesada ou errônea.

Turismo
Lavras faz parte do circuito turístico Vale Verde e Quedas D’Água. Além das opções culturais oferecidas pelos museus, teatros e campi das universidades locais, consideram-se atrativos turísticos os seguintes locais:

Área verde Jardim Campestre.
Cachoeira do Faria.
Cachoeira dos Ipês (situada no ribeirão dos Cruzes): Possui uma exuberante queda e entorno e fica a apenas 13 km do centro da cidade.
Casa da Cultura.
Comunidade do Funil.
Estações ferroviárias: Centro Oeste (Zona Norte) e Costa Pinto (Zona Sul).
Feira de artesanatos que ocorre aos domingos oferecendo uma grande variedade de artesanatos e uma farta gastronomia local.
Igreja Matriz de Sant’Ana (Lavras) – Construída entre 1904 e 1917, principal igreja católica da cidade.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Lavras), construída entre 1751 e 1754 e conhecida como Matriz de Sant’Ana até 1917. Foi tombada pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico em 1948.
Lago da Barragem e Usina Hidrelétrica do Funil.
Lavras Rodeo Festival.
Locomotiva Baldwin, chamada popularmente de “Maria-Fumaça”, que levou passageiros de 1929 até 1969, exposta na Praça Doutor José Esteves, nas proximidades da Estação Ferroviária e galpões da antiga RFFSA).
Museu Bi Moreira e Museu de História Natural, situados no campus histórico da Universidade Federal de Lavras.
Obelisco da Praça Leonardo Venerando Pereira.
Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito: reserva florestal mantida pela Associação Abraham Kasinski. A área do parque compreende muitas atrações, como cachoeiras, trilhas para caminhada e arena, pedalinhos, piscinas naturais, tobogã, restaurante, mirante, cachoeira, tirolesa, circuito de arvorismo e playground.
Praça Dr. Augusto Silva.
Rio Capivari.
Serra da Bocaina: ponto culminante do município, de onde se pode ter ampla visão da região. Dependendo da visibilidade é possível avistar a cidade de São Thomé das Letras, Luminárias, São Bento Abade, Ijaci e outras cidades vizinhas.
Trilha das Lagoas, uma trilha autoguiada na Universidade Federal de Lavras.

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